quarta-feira, 26 de maio de 2010

Aguinaldo Silva by Bolivar Soares


Ter a oportunidade de falar sobre o trabalho televisivo de Aguinaldo Silva é um privilégio. Sinto-me muito à vontade, uma vez que acompanho o trabalho do novelista desde “Roque Santeiro, aliás, a primeira telenovela que assisti na vida. E posso afirmar que de lá até aqui foram muitas emoções...

Através de sua arte, Aguinaldo já me fez rir, chorar, rir e chorar simultaneamente, mas, sobretudo, me fez refletir sobre esse bichinho tão complexo chamado ser humano.

E é essa versatilidade, tão peculiar, que torna Aguinaldo especial. Poucos escritores brasileiros conseguem ser tão multifacetados. Só um homem extremamente corajoso, sensível e inteligente, conseguiria pegar a mão das artes cênicas e atravessá-la definitivamente pro lado da democracia. “Tieta” foi um marco histórico, nesse sentido, e ajudou a esmagar a censura dos militares. O Brasil conheceu a cultura nordestina pelas mãos do escritor obstinado. Acho que “Suave Veneno” tinha elementos super futuristas e preconizou a sociedade de um novo milênio. Quem não chorou com a sofrida Hilda em frente ao piano não pertence à raça humana. E como falar de uma geração extremamente fascinante sem citar o “Vale Tudo’ e o “Faz parte do meu Show”?

E em meio a um arsenal histórico de entretenimento, de grande valor cultural e informativo, que sempre me aproximou do dramaturgo, tive o prazer e a felicidade de descobrir o “blog de Aguinaldo Silva” há um pouco mais de 1 ano. Criei laços de admiração e afeto por um homem singular e fascinante. Constatei que Aguinaldo é uma pessoa extremamente generosa e delicada, que enxerga o mundo e as pessoas apenas pela janela do coração. Aguinaldo nada mais é que um guri, que não guarda dentro de si ressentimentos e maldades.

Pr tudo isso, nessa data tão especial, peço licença ao saudoso Tom Jobim pra homenagear Aguinaldo: “EXISTIRIA VERDADE, VERDADE QUE NINGUÉM VÊ, SE TODOS FOSSEM NO MUNDO IGUAIS A VOCÊ”.