quinta-feira, 27 de maio de 2010

Aguinaldo Silva by Ricardo Hautequestt


So far away
Por Ricardo Hautequestt

Naquele reino distante havia um grupo de mestres que todos admiravam. Seus poderes eram incalculáveis e até os habitantes das terras mais longínquas já tinham ouvido suas histórias e feitos. Eram capazes de prever o futuro, voltar ao passado, transformar belas donzelas em víboras e bruxas maquiavélicas em inocentes princesas.

De tempos em tempos revezavam-se no comando. Os impérios duravam alguns meses e depois se recolhiam em seus castelos para refazerem as energias.

Mas um desses Mestres era incansável. Seu nome era Avlis, também conhecido como Mestre Prateado e senhor das terras de To Be AKanga, Sant’Ana do Agreste, Asa White, Resplendor’s e Greenville. Um guerreiro que dispensava armaduras. Um lutador que aprendeu a transformar seus combates em histórias para serem contadas por todo o sempre.

Mestre Avlis caminhava pelos bosques pregando comunicados e avisos nas frondosas árvores. Suas palavras percorriam as estradas sinuosas com a velocidade do mais ágil dos alazões e, algumas vezes, atingiam em cheio quem as ouvia, como um belo coice. Ao seu lado, o fiel amigo lusitano, registrando os grandes momentos do Mestre nos pergaminhos que o eternizariam.

E assim formou uma verdadeira legião de admiradores que cultivavam um carinho único. Fazia questão de promover debates acalorados em praças públicas que varavam a madrugada, aproximando-os ainda mais. Não tinha papas na língua com quem invadia suas reuniões para espalhar a discórdia e a calúnia. Se necessário, colocava seus oponentes pra correr.

Porém, Avlis sabia que precisava transmitir seus conhecimentos. O sábio reconhecia que se algo estava transbordando é porque chegara a hora de dividir este algo com alguém. Por isso, selecionou alguns discípulos para ensinar suas técnicas e habilidades. Durante semanas a fio, esses aspirantes a mestres ouviram, treinaram e executaram as palavras e ensinamentos de Avlis. Os olhos, os reflexos e os pensamentos ficaram mais ágeis. Seus golpes já cortavam o ar como uma Katana Samurai. Aprenderam a derrubar paredes, paradigmas e preconceitos usando apenas uma palavra.

Foi dado o primeiro passo para que surgisse uma nova geração. O reino não ficará sozinho e o legado do Mestre Prateado há de se perpetuar por todo o sempre.

Assim quis a história, assim escreveu Avlis.